sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mídias Digitais


O Museu da Imagem e do Som (MIS) inaugurou mostras com as obras criadas pelos artistas contemplados pelo edital de residências artísticas do LabMIS, primeiro laboratório público de mídias digitais do País, como diz a diretora da instituição, Daniela Bousso. Para a 1ª edição do programa, foram selecionados projetos de Anaisa Franco, Claudio Bueno, Guilherme Lunhani e da dupla Felipe Sztutman e Rodrigo Bellotto, que durante o ano produziram trabalhos usando a estrutura da instituição. O museu ainda comissionou a realização de obras de três artistas convidados em 2008, Caetano Dias, Alexandre Fenerich e Paulo Meira. Todas as obras, resultado dessa experiência, integram a mostra.

"Cada residente recebeu R$ 20 mil para desenvolver, por três meses, o protótipo de seu trabalho e um relatório", diz Daniela. Os participantes puderam utilizar durante o ano, no segundo andar do museu, sala com computadores e equipamentos, estúdio de música, ilha de edição, ateliê de interfaces (para soldas, pintura, etc.) e os pequenos auditório e foyer para testes de suas obras. Apesar de os trabalhos terem sido comissionados pela instituição, Daniela afirma que depende do Conselho de Orientação Artística da Organização Social MIS-Paço das Artes a aprovação pela aquisição das obras - caso não, pertencem aos próprios artistas, ela diz. O MIS já lançou o edital de 2010.

Anaisa Franco apresenta Realidade Suspensa. No interior de um cilindro de acrílico mesclam-se fumaça e a projeção de vídeos (imagens de uma figura feminina por ora em espaço negro, por outra, sobre a metrópole, e ainda projeções de luz), formando o que ela define como "escultura imaterial" - a obra é acrescida de áudio. "A fumaça simboliza uma nuvem trazida do céu e os vídeos projetados sobre ela fazem a suspensão da realidade", afirma a artista, que ainda diz tratar da "busca dos ideais inatingíveis" com seu trabalho.

Já Claudio Bueno exibe Estrelas Cadentes, instalação composta por balões suspensos, carregados de pó cintilante. O artista incita que o público envie, por mensagem de celular, desejos escritos. A ação faz acionar mecanismo de estouro dos balões que, "como estrelas cadentes, desaparecem deixando apenas rastros de cor para formar um chão de desejos compartilhados".

Guilherme Lunhani, músico em formação na Unicamp, também criou obra interativa, Objeto - Partículas Sonoras. Seu conceito básico, segundo ele, é o de que o público "controle o som no espaço", numa ação de fonte virtual. A experiência sensorial e sinestésicas ainda é a raiz do trabalho Objeto em Forma de: Espaço, da dupla Felipe Sztutman e Rodrigo Bellotto. Eles conceberam um espaço negro imersivo, no qual o visitante pode "compor uma narrativa resultante da soma de suas sensações imediatas com suas memórias desencadeadas".


Serviço
Mostra LabMIS. MIS. Avenida Europa, 158, Jd. Europa, telefone 2117-4777. 12h/19h (dom.,
11h/18 h; fecha 2.ª). R$ 4 (dom., grátis). Até 3/1.

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